quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

APROVEITANDO A SUJESTÃO DE CARLOS SERRA CARNEIRO, REFERIMOS PESSOAS QUE MUITO CONTRIBUIRAM PARA A PROJECÇÃO DA PONTE DE MUCELA:




José da Silva Matos comerciante a)

Caetano Martins Ribeiro e Maria José de Matos Ribeiro comerciantes a)

António Martins Ribeiro e Carmina Morgado Ribeiro comerciantes a)

António Joaquim Coimbra (“Marinheiro“) moagem e lagar de azeite

José Serra Campos comerciante e industrial b)

Adelino Barreirinhas (serralheiro da forja)

Ângela Serra Campos conceituada administrativa da firma Ramos Pinto

Jaime Nunes Serra juiz desembargador

Constantino Caramelo moleiro, poeta popular de rima fácil e imbatível em desgarradas

José Paula Serra comerciante e industrial b)

Caetano Martins Ribeiro (neto) transportes locais e de longo curso e posto de abastecimento de combustíveis

Octávio Pedroso de Lima comerciante a)

Elói (da Cova do Barro) serralheiro

Alfredo Martins Portugal transformação de resina em pez

Irmãos António e Fernando Inácio Ferreira lagar de azeite

Álvaro Rosa dos Santos louvado (muito solicitado na região)

Madalena Simões Coimbra moagem e lagar de azeite



a) pensão, café, restaurante - actividade iniciada em 1866.

b) pai e filho - vinhos, madeiras e cal parda.



Merece ainda especial referência o 2ºsargento paraquedista Joaquim Pereira Ferreira (Quim), que na flor da vida foi vítima de trágico acidente de viação; determinado dinamizador, liderou a juventude local em várias iniciativas recreativas.



Por último, refere-se a famosa Simone de Oliveira, felizmente ainda viva, que no fim da década de 50 e princípio da década de 60, deu grande projecção à Ponte de Mucela.

ACTIVIDADES ECONÓMICAS QUE EXISTIRAM NA PONTE DE MUCELA (Acrescento)

Ainda na década de 60 do século XX: latoaria, cardação de linho e padaria (a funcionar 3 vezes por semana).

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009


Este é o estado das margens do Rio Alva presentemente.
No fim da década de 30 e princípio da década de 40 do século XX houve na Ponte de Mucela uma moagem de café.


Na mesma altura também havia uma barbearia. Entretanto o barbeiro virou ambulante, juntando-se a outros dois da região. Como um era razoável e os outros dois não satisfaziam, dizia-se destes: um levava o coiro e o cabelo, o outro levava o coiro e deixava o cabelo!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

A Ponte de Mucela teve também duas serralharias. Uma delas a Forja, instalada no principio do século XX na margem do Alva, dotada de completa maquinaria criada pelo engenhoso proprietário e accionada hidraulicamente, o que à data lhe dava enorme versatilidade: era a melhor das redondezas.




Nas décadas de 40 e 50, funcionou outra serralharia, esta de proporções mais modestas, com maquinaria manual (ainda não havia electricidade), mas também operada por artífice muito hábil.



Em tempos era visitada semanalmente por um ferrador que "calçava" as bestas locais.



A Ponte de Mucela era paragem oficial da Mala Posta, vindo a evoluir para posto dos CTT que, como o registo do Totobola, viriam a ser encerrados no início da década de 70.



Teve uma pequena loja de artesanato e antiguidades. Presentemente tem um antiquário.



Até há cerca de três anos era visitada semanalmente por uma cabeleireira.

sábado, 31 de outubro de 2009

Estará a resposta nas águas do alva?!

O Rio Alva – entre a Barragem das Fronhas e o açude da Moenda Nova – é considerado um dos melhores Truteiros do Mundo! Esta circunstância levou a que surgisse na Ponte de Mucela um exemplar estabelecimento de acessórios de pesca – Alva Fly Fishing – com outros importantes projectos em carteira. Nuno Duarte, um dos seus sócios, foi vice-campeão do mundo no último campeonato realizado em Andorra.


Apesar do que se acaba de referenciar, não se sente qualquer interesse das edilidades no sentido de apoiarem a Alva Fly Fishing, pelo menos na limpeza do rio; a praia fluvial – das primeiras da região – está um verdadeiro nojo.

Crê-se na reorganização da “União da Ponte de Mucela – Solidariedade e Progresso” para que esta volte a representar legitimamente a Ponte de Mucela e possa vir a concorrer para a melhoria deste estado de coisas.

Infra-estruturas há, falta mão de obra...

A Ponte de Mucela já dispôs de três fornos de cal, uma camionagem de transporte de mercadorias com dois camiões de longo curso e uma camioneta para serviços regionais, um táxi, uma fábrica de pés de louro, um lagar de azeite, um mini-mercado, uma taberna e um armazém de vinhos e derivados. Aos Domingos e Dias Santos os homens e os rapazes das redondezas afluíam à Ponte para ver amigos, tomar uns copos e petiscos: era a capital!


A Pensão, Café e Restaurante tinha grande actividade: veraneantes habituais, caçadores, pescadores, passantes e ulteriormente também os residentes, locais e das redondezas, graças à melhoria das condições de vida.

Actualmente e além do café, encontram-se inactivos, um motel, uma padaria e pastelaria e uma uma moenda. A carência de meios logísticos obriga os naturais, bem como os forasteiros a procurarem apoio nas redondezas.

No activo conta com uma oficina auto com bate-chapa e pintura, dotada de profissionais competentes e equipamento à altura, dispondo também há muitos anos de um depósito de materiais de construção, com distribuição própria.

Morada de Reis!

Em Setembro de 1810 a Ponte de Mucela voltou a ser muito referida pela destruição da ponte de então, para dificultar a debandada das tropas do marechal francês Massena, batidas no Buçaco; tiveram que atravessar o rio a vau cerca de 500m a montante do local da ponte, na estrada para a Moura Morta.


No último quartel do século XIX foram realizadas manobras militares na Serra da Atalhada, constando que o Rei D. Luís, vindo inspeccionar as actividades, se instalou na Estalagem da Ponte de Mucela, restando ainda a cama em que dormiu e o cadeirão que serviu de trono.

A Ponte foi local de reabastecimento e muda de gado no tempo das diligências. Com o surgir dos transportes motorizados essa actividade evoluiu com a instalação de uma das primeiras bombas de gasolina da Estrada da Beira, recentemente retirada devido à grande quebra de movimento originada pela melhoria das vias circundantes e a criação do I.P.3.

A estalagem que viria a dar origem à Pensão, Café e Restaurante Beira Alva funcionou ininterruptamente durante cerca de 150 anos, “n” gerações na mesma família, passando posteriormente por várias gerências. Encerrou recentemente, aguardando nova exploração.

quase 5 séculos de história

A Ponte de Mucela é já referida em escrito de 1540 do Padre Francisco Álvares sobre o “garimpo” de ouro nas areias do Rio Alva, prática que se alongou até meados do século XX e que terá sido suspensa provavelmente por ter deixado de ser rentável.


Era atravessada pela Estrada Real n.º7, que ligava Tomar às Beiras e de que ainda se encontram vestígios, com uma ponte bastante mais baixa e frágil do que a actual e ligeiramente a jusante. Actualmente a estrada é denominada E.N. n.º17 - a famosa Estrada da Beira - tendo a actual ponte, com o piso original em calçada, sido beneficiada em 1994.

Dependendo administrativamente dos concelhos de Arganil e de Vila Nova de Poiares, com o Rio Alva como a fronteira natural, a Ponte de Mucela sofre de todos os inconvenientes desta pertença múltipla, de que é exemplo o estado de sujidade do rio e suas margens.