PADRE FRANCISCO LOPES DA COSTA
Nascido na Ponte de Mucela à volta da década de 1870, filho do fiscal das Obras Públicas José Lopes da Costa, um dos responsáveis pelo troço da EN 17 (troço este que passa pela Ponte de Mucela, atravessando a actual ponte - a primeira ponte, a jusante da actual, foi iniciada em 1298 por ordem do tesoureiro de D. Dinis, Pedro Salgado, e viria a ser boicotada em 1810 para dificultar a debandada dos franceses)
O Padre Lopes da Costa exerceu o sacerdócio em Antanhol onde deixou um vasto espólio que está a ser objecto de estudo com vista à edição de um livro ligado às actividades do Mosteiro de Antanhol, no qual teve um papel muito activo.
Exerceu também sacerdócio nas Paróquias da Igreja Nova e Moita da Serra, de onde foi transportado para a Ponte de Mucela em estado comatoso, possível consequência de um AVC. Veio a falecer na Ponte de Mucela por volta do ano 1941.
O Padre Costa, de boa figura, espirituoso e de geral simpatia, gostava de jogar cartas (“Oh cá! Oh cá!” dizia quando apanhava as vasas ganhas). Também gostava do seu copito, chegando por vezes a um alegrete, que chegou a causar dissabores.
Em dada altura, o Bispo de Coimbra tirou-lhe a missa. O Padre Costa foi ao mercado de Coimbra, comprou um cesto, encheu-o de sardinhas e conseguiu ser recebido pelo bispo que elegeu para o honrar como seu primeiro cliente na actividade que ia iniciar! O bispo devolveu-lhe a missa.
Sofria muito dos calos e o Caetaninho, já nosso conhecido e seu amigo, gostava de o acirrar, pisando-lhos por vezes. Tinha a mão leve e agredia imediatamente quem lhe parecia ter sido o agressor. O Caetaninho fugia do seu alcance e o Sr. Padre agredia quem estivesse mais à mão! Ficou célebre o diálogo: “Oh Padre Costa!”- disse o Barreirinhas da Portela, e aquele verificando o logro respondeu: “Já nem Santo António te a tira!”
O Doutor Costa Gaito (?), que vivia a uns bons quilómetros a Nascente da Ponte de Mucela, após jogatana animada e troca de palavras azedas, agrediu o Padre Costa, que se propunha ripostar. Os companheiros evitaram e o agressor saiu fininho. No dia seguinte, o nosso Doutor voltou à Ponte de Mucela, mas não teve tempo de abrir a boca, já que o Padre Costa, perguntando-lhe se estava satisfeito com a atitude da véspera e sem lhe deixar dar resposta, pegou-lhe pelo “cu das calças” e pela gola do casaco, propondo-se deitá-lo ao Alva que levava uma grande cheia. Por sorte, alguns dos companheiros da véspera conseguiram evitar o pior.
Voltaremos logo que tivermos novas informações sobre o Padre Costa.
quinta-feira, 15 de julho de 2010
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