Figuras
- Maria José de Matos Ribeiro
Filha de Manuel da Silva Matos, oriundo do Louriçal e fundador da Estalagem (mais tarde a pensão, café restaurante Beira Alva) foi talvez a figura mais carismática da Ponte de Mucela, nascida em 1858 e falecida em 1940.
Teve uma vida atribulada, em 1918 morreram-lhe dois filhos, um em casa e outro no Brasil, para onde tinha emigrado, poucos anos depois morreu-lhe a nora, Maria Carmina Morgado, que tinha assumido o controle da actividade comercial, e em 1926 morreu-lhe o marido, ficando a testa do negócio com três netos para acabar de criar.
Tempos depois, viu-se a braços com uma acção judicial movida pelo neto por afinidade, entretanto regressado do Brasil, sem qualquer razão, como veio a provar-se em juízo. Mas até que tivesse provado a sua inocência ficou privada de todos os haveres, arrestados pelo tribunal.
A tudo resistiu com estoicismo e dignidade, desenvolvendo a actividade comercial e criando e casando os netos. Era pessoa de sólida educação e muito respeitada por todos, sendo mesmo muitas vezes procurada na esperança de ouvir o seu concelho avisado.
De cabeça integralmente branca era uma veneranda figura.
- Juiz Desembargador Jaime Nunes Serra foi, no século xx, o mais ilustre filho da Ponte de Mucela. Muito respeitado, gozava de geral simpatia.
- José Paula Serra, neto de Manuel Serra e filho de José Serra Campos pessoas de referência no seu tempo, foi o único descendente directo a fixar se na Ponte de Mucela, já que os irmãos António, Manuel e Maria emigraram para o Rio de Janeiro, e embora cá tivessem vindo algumas vezes por lá ficaram.
Desenvolveu as actividades do pai: fabricação de cal preta e comércio por grosso de madeiras, vinhos e derivados. Trabalhador dedicado e franco alinhou com os já nossos conhecidos Caetaninho, Octávio e Álvaro no desenvolvimento local. Deixou-nos ainda novo (final da década de sessenta com menos de 45 anos) fazendo por ignorar o seu débil estado de saúde, deu prioridade ao trabalho. Muito haveria a esperar de si. Deixou muitas saudades.
- Madalena Simões Coimbra, mais conhecida por Leninha era uma mulher de armas que muito apreciei. Após largos anos no Rio de Janeiro, regressou à Ponte de Mucela onde abraçou as actividades deixadas por seu pai, António Joaquim Coimbra (Marinheiro) moagem de cereais, lagar de azeite e agricultura. Mulher desenrascada foi também pessoa local de referência contribuindo para o desenvolvimento da sua terra. Gostava de jogar a Sueca alinhando com os Octávio e Caetaninho com os quais mantinha relação franca. Reconhecendo as suas qualidades Octávio apelidou a de Fortaleza.
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